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Foto do escritorPaulo Bomfim

Você está bem representado?

Atualizado: 30 de ago. de 2023


Na semana passada veio à tona um vídeo de um vereador do Rio Grande do Sul, que após as denúncias de que empresas do estado estavam utilizando de mão de obra escrava, ao invés de falar sobre apurar o crime, punir os culpados e ajudar as vítimas, destilou um discurso de ódio contra o povo nordestino, especialmente os baianos, como se o problema fosse mão de obra ineficaz.


Enquanto essa atitude por parte do vereador me deixou revoltado, uma outra atitude, de um grupo de pessoas que condenou essa ação, me chamou muita atenção, que foi sempre acrescentar: "esse homem não representa o Rio Grande do Sul".


Para muitos gaúchos, era um alívio não se sentir representado por esse pulha. Mas por outro lado, essa afirmação está errada. Se trata de um vereador, alguém que foi eleito democraticamente para representar uma parte dos moradores do estado. Não, ele não representa o estado inteiro, mas representa uma parte, com certeza!


E esse incômodo eu já vi em muitas situações, comigo e com outras pessoas do meu convívio, quando somos associados com alguém que, de repente, age de forma inapropriada, inconveniente, desrespeitosa, até mesmo criminosa. Afinal de contas, o ditado é antigo mas ainda atual: diga-me com quem andas e te direi quem és!


Eu chamei a atenção dessa situação num post do Instagram do Nizan Guanaes, que também usou essa frase: "esse senhor não representa o povo do RS". Muita gente concordou, algumas se sentiram ofendidas e trataram de contra argumentar: "ele foi eleito só com 7 mil votos", "ele é de uma cidade pequena", "o que um vereador fala não pode contar para o Estado inteiro".


Rebati várias dessas questões com o a ideia por trás da seguinte piadinha: "por que o cachorro entrou na igreja? Porque a porta estava aberta!" Ora, que esse cara não represente o Estado, como ele conseguiu um cargo de representante do povo na câmara, se não por uma parte razoável de eleitores? Não tinha ninguém melhor para ser eleito?


Essas afirmações me lembram também algumas situações corporativas, como quando um gerente trata muito mal os funcionários e os sócios não o demitem. "Ah, nossa empresa é boa para as pessoas, somente esse gerente que é ruim com elas!". Isso isenta os sócios, certo?


Nada disso, os sócios compactuam com essa atitude com uma dessas formas: ou os sócios não sabem que seus funcionários são mal tratados e compactuam por omissão, ou sabem e não fazem nada e compactuam por cumplicidade.


Não basta discordar da atitude do gestor na teoria ou no coração, é preciso manifestar esse descontento e chamar a pessoa pra conversar, explicar o que não gosta na forma dela atuar, trabalharem para gerar uma mudança no comportamento, seja através de apoio, treinamento, coaching, terapia. E caso não funcione, por fim, demitir a pessoa.


É importante ajudar as pessoas tóxicas a se adequarem a cultura da empresa. Caso a empresa se adeque às pessoas tóxicas, então a cultura passou a ser tóxica e o gestor por si só não pode ser responsabilizado.


Bem sei disso, já trabalhei em ambientes onde todos maltratavam os colaboradores e, quando fui promovido a um cargo de gestor, não fiz diferente. Da mesma forma, já trabalhei em empresas onde agir dessa forma era desqualificado e as pessoas eram chamadas atenção, para mudar de atitude ou mudar de emprego.


Parece radical, mas é isso que significa representação. Um representante seu, da sua empresa, da sua família, tem que agir de acordo com o que você, sua empresa ou sua família fariam.


Não se pode promover alguém incapaz de ser esse representante. Não se pode manter alguém que passou a não agir de acordo, ou que se recusa a mudar de atitude quando isso é fundamental para você, seu negócio, sua família.


Vale para fazer uma auto avaliação, vale para avaliar as pessoas com quem você convive no âmbito pessoal, acadêmico, profissional. Saber como você é visto e como deve ver as pessoas que você admira, se inspira.


Vê, não quero dizer de forma alguma com isso tudo que você só deve andar com gente corretíssima ou que pareça correta. Não se trata disso. Mas é sempre importante se perguntar sobre o motivo de certas amizades, ou contratações, ou afinidades, que temos na vida. Se estamos com pessoas problemáticas para ajudarmos elas a se elevarem ou estamos nós sendo arrastados pelas suas más tendências?


Espero com esse artigo trazer uma reflexão sobre "as portas da igreja" que deixamos abertas, na nossa vida. Lugares sagrados para nós que deixamos descuidados e qualquer um tem entrado e feito o que quis, sem nos darmos conta de que estamos nos prejudicando e àqueles que contam e confiam em nós.


Sempre vale a pena fazer uma auto análise assistida, para reavaliar seu próprio posicionamento e buscar novos caminhos. Por isso, considere contratar uma mentoria pessoal para te ajudar nesse momento. Clique aqui e solicite uma proposta.


E você, está dando valor à sua reputação? Está cuidando daquilo e daqueles que são sagrados para você?


Um abraço,


Paulo Bomfim

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