Eu me lembro que, antes da pandemia, sempre que via alguém de máscara no metrô, ônibus ou mesmo andando na rua, pensava mal dessa pessoa. A pandemia mudou drasticamente essa minha opinião.
Pra quem entendeu o que estava rolando com a pandemia no seu momento mais grave, o nível de contágio, gravidade da doença, falta de tratamento claro e falta de uma vacina para ao menos minimizar os efeitos pesados dela, máscara era item obrigatório, além do isolamento social.
Com o grande avanço da vacinação da população, além das medidas (meio) restritivas que tivemos de distanciamento social e uso de máscara e higienização das mãos, a coisa não ficou pior, o que está permitindo a volta ao trabalho de muita gente em regime presencial, nos escritórios.
Recentemente, comecei a trabalhar para uma empresa na área de tecnologia, que possui um andar inteiro em Alphaville. No começo deste ano, que fui contratado, mesmo sem obrigatoriedade eu ia algumas vezes no escritório, pra conversar com meu chefe, fazer algumas reuniões presenciais. E vou te falar, era de cortar o coração ver aquele andar vazio.
Hoje, toda a equipe vai duas vezes por semana, todo mundo nos mesmos dias. O andar fica lotado, bonito, cheio de gente, conversa, contato... e ultimamente, me fez pensar no bendito contágio.
A pandemia não acabou, é fato. Novas variantes do vírus estão surgindo, alguns países tomando medidas extremas como a China que fez lock down pesado da população, ou ridículas, como a Coréia do Norte que está dando chá para a população.
Enquanto isso, aqui no Brasil, a obrigatoriedade do uso de máscaras vem caindo e vários lugares passam a não exigir mais a máscara. Penso que por um lado é bom, mas ao mesmo tempo nos torna descuidados.
Tenho almoçado num restaurante por kilo e vou sem máscara. Sinto toda vez um desconforto por passar perto da comida e falar e ver outras pessoas conversando enquanto se servem. Não tem como não pensar nos perdigotos voando da boca, do nariz, caindo na comida... e se não levam Covid, coisa boa também não levam!
Não quero ser paranoico e nem deixar ninguém assim. Já fiquei bastante no começo da pandemia, não me fez bem. Mas ao mesmo tempo, não quero ser descuidado. Não quero ignorar tudo o que aconteceu, a quantidade de gente que morreu, ou adoeceu gravemente, amigos que se foram, amigos que ficaram com sequelas profundas. Eu mesmo precisei ficar internado por dois dias quando peguei Covid em outubro do ano passado!
Não gente... não temos que regredir mas temos que progredir. Acho fundamental, para nosso próprio bem estar e saúde, e daqueles com quem convivemos mais proximamente, continuar usando máscaras em transportes públicos ou locais fechados com muitas pessoas. Manter o hábito de limpar mais as mãos, de higienizar melhor as coisas. De não falar perto de alimentos expostos ou não deixar os alimentos tão abertos, sujeitos a contaminação que for.
Eu assisti recentemente um TED Talk com o Bill Gates, falando como prevenir a próxima pandemia. Um plano brilhante, pra ser executado globalmente, pela união, inteligência, recursos, financiamento e boa vontade de vários países. Eu acho que pode dar certo. Ele faz uma comparação com a criação do corpo de bombeiros, após o incêndio que destruiu Roma.
Numa escala menor, acho importante as empresas criarem planos locais também, para mitigar e contingenciar problemas novos que podem, e muito provavelmente, vão surgir, com novas doenças ou problemas futuros. Eles se tornaram menos hipóteses e mais certeza.
Se as máscaras devem ficar ou não? Eu volto ao começo desse artigo. Antigamente, era coisa de gente esquisita, encanada. Hoje, de quem tem medo e com razão. Se deve ser obrigatório em todos os lugares? Não. No transporte público? Com certeza! Em locais fechados? Provavelmente também. Mas aí, já começa a ser uma decisão individual. E volto a outro ponto deste artigo: será que tudo que passamos ao menos nos deixou mais sábios e precavidos?
Vamos ver....
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