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Foto do escritorPaulo Bomfim

Como está sua equipe?


As conversas que tenho tido com empresários, executivos e gestores de diversos setores, sobre como estão seus resultados nesse momento atual, tenho ouvido muito falar sobre a queda do rendimento das equipes, refletindo em uma série de problemas para os negócios.


Entre esses problemas, estão atrasos nas entregas, baixa qualidade, retrabalho, aumento no absenteísmo. Por mais que seja lamentável, não é de se espantar que isso esteja acontecendo.


Com a longevidade da pandemia, muitas empresas se viram tendo que enxugar seus quadros de trabalhadores. Enquanto muitos negócios viram minguar suas demandas, outros mantiveram o mesmo ritmo e alguns chegaram até a aumentar a demanda.


Acontece que, diante de um cenário tão incerto, o risco e o medo de contrair a COVID-19, ou do que pode estar acontecendo a amigos e familiares, gera um ambiente ainda mais estressante, prejudicando a saúde física e abrindo portas para doenças oportunistas e síndromes como a de burn-out.


Todo líder precisa entender a importância de estar atento a essa situação. Porque não importa quão alinhados estejam seus processos, sua linha de produção, sua estrutura. Se as pessoas que vão prestar serviço, produzir ou trabalhar nesse ambiente não estiverem bem, seus resultados vão mal. E quanto mais pessoas ficam mal, eventualmente, começa a ocorrer desgaste nas outras, o que leva a um efeito em cascata.


Portanto, sugiro observar alguns pontos e tomar algumas ações para cuidar de quem já está mal e evitar que mais pessoas entrem no mesmo estado.


Se as pessoas da sua empresa estão trabalhando presencialmente, isole quem não está cumprindo as regras de distanciamento e máscara. Vivemos numa democracia, mas dentro da empresa, o que vale são as regras que vão garantir a segurança de todos. Se um funcionário insiste em não usar máscaras, manter distanciamento ou usar álcool em gel, dentro e fora da empresa, entenda que ele traz risco para todos, o que pode gerar mais afastamentos. Considere suspendê-lo ou mesmo demiti-lo, para beneficiar os demais.


Observe quem são as pessoas que estão apresentando problemas repetidos com prazos, qualidade, retrabalho. Por trás disso, pode haver situações de cansaço e preocupação. Muitas pessoas durante a pandemia estão acumulando diversas tarefas entre trabalho e casa, além de cuidados com pessoas da família. A preocupação e o medo com a saúde, ou condição financeira que pode ter ficado prejudicada, também tem levado várias pessoas a manifestarem sintomas de insônia.


Chame essas pessoas para conversar individualmente. Mostre quais são os comportamentos que você tem observado e pergunte se há algo ocorrendo que você possa ajudar. Para as pessoas que estão sobrecarregadas em casa, que estão sem condição de contratar uma pessoa para ajudar com uma faxina, considere oferecer para pagar esse benefício, mesmo que seja mensal. Claro, avalie se a pessoa sempre teve um mal desempenho ou se é uma queda pontual, mas que está se tornando acentuada, e tome uma ação que, mesmo que necessite um investimento, será mais barato do que demitir e recontratar alguém.


Considere contratar psicólogos e coaches para fazer acompanhamentos, além de palestras que possam aliviar a tensão e gerar novas perspectivas para as pessoas. Temas que sejam relevantes não só para o momento atual, mas que possam inspirar sua equipe em qualquer época.


Em meio a toda crise gerada por essa pandemia, falar em investimento parece um contrassenso, mas a verdade é que qualquer dessas contratações tem um valor baixo se comparado à possibilidade de perder clientes por insatisfação, custear afastamentos e ver um aumento do turnover do seu quadro de colaboradores.


Observe, converse e saiba de verdade como está sua equipe. A saúde física e mental das pessoas que trabalham contigo determinam o fracasso ou o sucesso dos seus projetos e dos seus negócios.


Abraços,

Paulo Bomfim

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