Bond! James Bond! Essa é a apresentação habitual do agente secreto mais conhecido do mundo. O famosíssimo 007, agente especial do MI6 britânico, criado por Ian Flaming em 1953, saltou dos livros de bolso para as grandes telas em 1962, interpretado pelo inesquecível Sean Connery em 007 contra o Satânico Dr. No.
É uma baita longevidade para não só um personagem, mas o que se tornou uma das maiores franquias do cinema, faturando bilhões de dólares ao longo de quase 6 décadas, conquistando fãs de várias gerações.
E durante esse período, muita coisa mudou. O próprio James Bond mudou, ao menos 6 vezes! E não foi só ele, mas também muitas pessoas da equipe foram mudando junto, como os personagens que sempre o acompanham em todos os filmes, como M, Q e Moneypenny. E acompanhar a mudança da dinâmica com cada novo ator que vem incorporar Bond.
O último filme da franquia, Sem Tempo para Morrer, marca o fim da era Daniel Craig, o primeiro James Bond loiro. Me lembro do alvoroço que foi quando o nome dele foi apontado como o sucessor de Pierce Brosnan, que como todos os Bonds anteriores, tinha cabelos negros. Craig veio trazer um reboot na franquia, contando uma origem do James Bond, já num mundo moderno, diferente da eterna guerra fria que os anteriores travavam.
Depois de 5 filmes, de 2006 até 2021, com o mesmo ator no papel principal, o mundo volta a fazer suas apostas: quem será o novo James Bond?
Substituir alguém para esse papel não é tarefa fácil. E, se depender de certos críticos de cinema, é quase impossível. Olha só o que um autor especializado no Bond, Mark O'Connell disse sobre o que deve ser o próximo James Bond:
"Você tem que ser uma estrela de cinema, um embaixador da saga, um diplomata da mídia, um filho designado da cultura britânica e a face de um ecossistema multibilionário de produtos e endossos. Você deve ser imediatamente reconhecível em todos os cantos do planeta como James Bond. Tem que ser atraente, capaz de capturar a câmera e dominar telas de cinema do tamanho de campos de futebol."
Uau! Fico imaginando quem será esse cara! Até porque, quando olho para os dois últimos atores que interpretaram James Bond, eles não eram nada disso! Aliás, tirando Sean Connery, nenhum outro ator que passou por esse papel teve uma grande relevância em outros filmes, tirando talvez o próprio Craig.
Agora, gente, o que tudo isso tem a ver com liderança e sucessão de carreira? Justamente o fato de que tem muito recrutador que sonha alto demais com o candidato de certas vagas. As expectativas são altíssimas, as exigências são demasiadas. Como diria João Grilo de O Auto da Compadecida, "é tanta exigência pra ser funcionário que eu não conheço um patrão que ia conseguir o emprego"!
Vou voltar para o exemplo das franquias, focando nos nossos dois últimos James Bond, Pierce Brosnan e Daniel Craig. Ambos foram super criticados e tiveram rejeição imediata de uma boa parte dos fãs da franquia. Nenhum dos dois eram tão conhecidos, apesar de terem participado de bons filmes com produções razoáveis. E até que eles vestissem o smoking e dito "Meu nome é Bond, James Bond" e houvesse muita divulgação disso, ninguém sabia que eles interpretavam o papel.
Tudo isso pra dizer que o critério técnico é importante, a avaliação psicológica é fundamental, mas é preciso entender que, quando se trata de trazer alguém para sua equipe, é entender que você vai ter que ajudar essa pessoa a se moldar ao novo papel. Mesmo que seja a exata mesma função que ela exercia num emprego anterior, o ambiente, os colegas, a chefia, a cultura é outra. E fazer com que seu novo colaborador seja muito bem acolhido e se transforme no que precisa par desempenhar o papel certo, é trabalho e compromisso que todos devem assumir.
Pra encerrar esse tema, eu quero muito saber sua opinião. Primeiro, o que você acha de vagas de empresa com demandas de qualificação altíssimas? Segundo, o que você acha de processos de contratação muito longos? E por fim. quem você acha que vai ser o próximo James Bond?
Um abraço!
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